"Ai eu nao aguentei e explodi"
A expressão do “nervoso” feminino no cuidado com as crianças em territórios de favela
Palabras clave:
mujeres, madres, nerviosismo, ira, agresividad, violenciaResumen
La maternidad como representación colectiva se sitúa en un campo lleno de polivalencias. Si, por un lado, tenemos una abundancia imaginaria de devoción, sacrificio y amor maternal, por otro, tenemos sentimientos de odio, nerviosismo y cansancio igualmente presentes. Sin embargo, aunque los sentimientos “positivos” se transmiten socialmente, las expresiones “negativas” de maternidad a veces son censuradas, sofocadas o tema deescrutinio público. Desde el trabajo de campo con mujeres que viven en favelas, tratode pensar en la ira y el nerviosismo que las mujeres pobres experimentan en relación con sus hijos. En el curso de la investigación realizada con residentes e instituciones estatales, las mujeres “nerviosas” formaron parte de un sistema social de acusaciones de distúrbios. Dichas mujeres son criticadas por golpear, humillar y castigar a sus hijos. Al escuchar las historias de estas mujeres sobre sus relaciones de cuidado, analizo el lugar de la ira y el nerviosismo en un terreno marcado por la atención obligatoria, precariedad múltiple y violencia estatal.
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