Cosmologia emergente ou humanismo em expansão? Animais e cidadania no Brasil contemporâneo
Palabras clave:
animais, antropologia do direito, BrasilResumen
Neste artigo, discutimos a emergência de direitos animais no Brasil contemporâneo desde um ponto de vista antropológico. Contrariamente à tese de que o reconhecimento dos animais como sujeitos legais e éticos aproxima o Ocidente a modelos éticos e cosmológicos não ocidentais sobre os seres não humanos, argumentamos que a contemporânea militância por direitos animais, seus discursos e práticas, estão profundamente enraizados em modelos clássicos de construção de direitos na sociedade ocidental, assim como em seus pressupostos cosmológicos e políticos.
Citas
Bevilaqua, Cimea (2011). “Chimpanzés em juízo: pessoas, coisas e diferenças”, Horizontes Antropológicos, Vol. 17, Nº 35, pp. 65-102.
Bekoff, Marc (1998). Encyclopedia of Animal Rights and Animal Welfare. Westport, Greenwood Press.
Birman, Patricia e Leite, Márcia Pereira (comps) (2004). Um mural para a dor. Movimentos cívico-religiosos por justiça e paz.
Brasília, Pronex/CNPq, Porto Alegre, Ed. UFRGS.
Brossat, Alain (2010). Droit à la vie? Paris, Seuil.
Bruckner, Pascal (1997). A tentação da inocência. Rio de Janeiro, Rocco.
Boltanski, Luc (2004). Distant Suffering. Morality, media and politics. Cambridge, Cambridge University Press.
Bulliet, Richard (2005). Hunters, Herders and Hamburgers. The Past and Future of Human-Animal Relationships. New York, Columbia University Press.
Descola, Philippe (1998). “Estrutura ou sentimento: a relação com o animal na Amazônia”, Mana, Vol. 4, Nº 1, pp. 23-45.
Digard, Jean Pierre (1999). Les français et leurs animaux. Paris, Fayard.
––– (2009). “Raisons et déraisons. Des revendications animalitaires: essai de lecture anthropologique et politique”. Pouvoirs, Vol. 4, Nº 131, pp. 97-111.
Eriksen, Thomas Hylland (2001). “Between universalism and relativism: a critique of the UNESCO concept of culture”, en Cown, Jane K.; Dembour, Marie-Bénedicte; Wilson, Richard A. (comps).: Culture and rights. Anthropological perspectives. Cambridge, Cambridge University Press, pp. 127-148.
Fassin, Didier (2010).“Inequality of lives, hierarchies of humanity”, en Feldman, Ilana; Ticktin, Miriam (comps).: In the name of humanity. The government of threat and care. Durham, Duke University Press, pp. 238-255.
–––(2004). “La cause des victimes”, Les temps modernes, Vol. 59, Nº 627, pp. 73-91.
Fausto, Carlos (2001). Inimigos fiéis. História, guerra e xamanismo na Amazônia. São Paulo, Edusp.
Garapon, Antoine; Papapoulos, Ioannis (2008). Julgar nos Estados Unidos e na França. Cultura jurídica francesa e Commow Law em uma perspectiva comparada. Rio de Janeiro, Lumen Juris Editora.
Goodale, Mark (2006). “Ethical theory as social practice”, American Antrhopologist Vol. 108, Nº 1, pp. 25-37.
Honneth, Axel (2009). Luta por reconhecimento. A gramática moral dos conflitos sociais. São Paulo, Editora 34.
Ingold, Tim (1995) “Humanidade e animalidade”, Revista Brasileira de Ciências Sociais.São Paulo, Vol. 10, Nº 28, pp. 1-15.
Lewgoy, Bernardo; Sordi, Caetano; Pinto, Leandra (2015). “Domesticando o humano: para uma antropologia moral da proteção animal”, Ilha, Vol. 17, Nº 2, pp. 75-100.
Linzey, Andrew (2013). The Global Guide to Animal Protection. Chicago, University of Illinois Press.
Matos, Liziane (2012). Quando a "ajuda é animalitária" : um estudo antropológico sobre sensibilidades e moralidades envolvidas no cuidado e proteção de animais abandonados a partir de Porto Alegre-RS. Dissertação de Mestrado. Porto Alegre, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, UFRGS.
Park, Miyun; Singer, Peter (2012). “The Globalization of Animal Welfare”, Foreign Affairs, marzo-abril, pp. 122-133.
Parry, José. (2011). “Sentimentality and the Enemies of Animal Protection”, Anthrozoös, Vol. 24, Nº 2, pp. 117-133.
Reale, Miguel (2002). Lições Preliminares de Direito. 27 ed. São Paulo, Saraiva.
Sarti, Cynthia (2011). “A vítima como figura contemporânea”, Caderno CRH, Vol. 24, No 61, pp. 51-61.
Safatle, Vladimir (2012). Grande hotel abismo. Por uma reconstrução da teoria do reconhecimento. São Paulo, Martins Fontes.
Singer, Peter (2010). Libertação Animal. São Paulo, Martins Fontes.
Sordi, Caetano (2011). “O animal como próximo: por uma antropologia dos movimentos de defesa dos direitos animais”, Caderno IHU ideias, Año 9, Vol. 147, pp. 3-28.
Terrados, Pedro Pozas (2013). Voces del planeta. Madrid, Aebiu.
Wilkie, Rohda (2010). Livestock/Deadstock. Working with farm animals from birth to slaughter. Philadelphia, Temple University Press.
Wilson, Richard A., ed. (1997). Human Rights, Culture and Context. Anthropological Perspectives. London and Sterling, Pluto Press, pp. 1-27.