Encontros etnográficos com documentos burocráticos

Estratégias analíticas da pesquisa antropológica com papéis oficiais

Autores/as

  • Letícia Ferreira Universidade Federal do Rio de Janeiro

Palabras clave:

etnografía, documentos, burocracia, estrategias analíticas, metodología

Resumen

Desde la década de 1990, la investigación etnográfica con documentos producidos por instituciones estatales se ha multiplicado, ganando cada vez más espacio y relevancia en la literatura antropológica. El presente artículo se apoya en esta literatura y en la experiencia acumulada de tres investigaciones con documentos burocráticos para reflexionar sobre las dimensiones y aspectos generales de este tipo de etnografía y describir algunas estrategias analíticas especialmente productivas frente a estos papeles. Abordo tales dimensiones, aspectos y estrategias tanto en términos generales como en función de su productividad específica en las etnografías que realicé y que presento en el texto: una realizada en un archivo público, sobre la clasificación de cadáveres no identificados; otra realizado en una comisaría, sobre la gestión policial de casos de personas desaparecidas; y una tercera, realizada en un servicio público de asistencia social, sobre la gestión de casos de niños y adolescentes desaparecidos. Investigar en estos tres contextos me permitió ampliar mi comprensión de lo que son los documentos burocráticos y de los múltiples roles que ellos pueden desempeñar tanto en la rutina de las instituciones estatales como en el diseño metodológico de la investigación antropológica.

Citas

Abélés, Marc. (1990) Anthropologie de l’État. Paris: Armand Colin.

Abrams, Philip (1988). “Notes on the Difficulty of Studying the State”. Journal of Historical Sociology vol.1 N.1.

Bear, Laura e Mathur, Nayanika (2015). “Introduction: Remaking the Public Good: A New Anthropology of Bureaucracy”. The Cambridge Journal of Anthropology, 33(1), 18-34.

Bernstein, Anya e Mertz, Elizabeth (2011), “Introduction: Bureaucracy: Ethnography of the State in Everyday Life”. PoLAR: Political and Legal Anthropology Review, 34: 6-10.

Bevilaqua, Ciméa. (2003) “Etnografia do Estado: algumas questões metodológicas e éticas”. Revista Campos v.3, pp.51-64.

Bevilaqua, Ciméa & Leirner, Piero de Camargo. (2000) “Notas sobre a análise antropológica de setores do Estado brasileiro”. Revista de Antropologia, USP, v.43, n.2, 105-140.

Bourdieu, Pierre (1996). Espíritos de Estado: gênese e estrutura do campo burocrático. Em Razões Práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, pp. 91-135.

Clifford, James (2002). Sobre a autoridade etnográfica. In: Clifford, James. A experiéncia etnográfica: antropologia e literatura no século XX; organização de José Reginaldo Gonçalves. Rio de Janeiro: Editora UFRJ. pp. 17-62.

Cunha, Olívia Maria Gomes da (2002). Intenção e gesto: pessoa, cor e a produção cotidiana da (in)diferença no Rio de Janeiro, 1927-1942. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional.

Das, Veena e Poole, Deborah. (eds.) (2004). Anthropology in the Margins of the State. Santa Fe: School of American Research Press.

Eilbaum, Lucía (2012). ‘O bairro fala': conflitos, moralidades e justiça no conurbano bonaerense. São Paulo: Hucitec.

Eilbaum, Lucía e Medeiros, Flávia (2016). “‘Onde está Juan?’: moralidades e sensos de justiça na administração judicial de conflitos no Rio de Janeiro”. ANUÁRIO ANTROPOLÓGICO, v. 41, p. 9-33.

Escóssia, Fernanda da. (2021) Invisíveis: uma etnografia sobre brasileiros sem documento. Rio de Janeiro: FGV Editora.

Fabian, Johannes (2010) O tempo e o outro: como a antropologia estabelece seu objeto. Petrópolis: Editora Vozes.

Farias, Juliana (2020). Governo de mortes: uma etnografia da gestão de populações de favelas no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Papéis Selvagens.

Ferreira, Letícia (2009). Dos autos da cova rasa: a identificação de corpos não-identificados no Instituto Médico-Legal do Rio de Janeiro, 1942-1960. Rio de Janeiro: E-papers/Laced.

Ferreira, Letícia (2013). “‘Apenas preencher papel’: reflexões sobre registros policiais de desaparecimento de pessoa e outros documentos”. Mana, Vol. 19, N. 1, pp. 39-68.

Ferreira, Letícia (2017). “Faces da desigualdade: os efeitos da circulação de retratos de crianças desaparecidas no Brasil”. Papeles del CEIC, v. 2017, p. 171.

Ferreira, Leticia e Lowenkron, Laura (org.) (2020). Etnografia de documentos: pesquisas antropológicas entre papéis, carimbos e burocracias. Rio de Janeiro: E-papers

Freire, Lucas (2016). “Sujeitos de papel: sobre a materialização de pessoas transexuais e a regulação do acesso a direitos”. Cadernos Pagu (48), 2016:e164813.

Geertz, Clifford (2009). Obras e Vidas: o antropólogo como autor. Rio de Janeiro, EdUFRJ.

Gupta, Akhil (2012). Red Tape: bureaucracy, structural violence, and poverty in India. Durham: Duke University Press.

Herzfeld, Michael (1997). Cultural Intimacy: Social Poetics in the Nation-State. New York/London: Routledge.

Horton, Sarah B. e Heyman, Josiah (eds) (2020). Paper Trails: migrants, documents, and legal insecurity. Durham: Duke University Press.

Hull, Matthew (2012a). “Documents and Bureaucracy”. Annual Review of Anthropology, vol. 41, pp. 251-267.

Hull, Matthew (2012b). Government of paper: the materiality of bureaucracy in Urban Pakistan. Berkeley: University of California Press.

Lacerda, Paula (2015). Meninos de Altamira: violência, “luta” política e administração pública. Rio de Janeiro: Garamond.

Lowenkron, Laura e Ferreira, Leticia. (2020). “Perspectivas antropológicas sobre documentos: diálogos etnográficos na trilha dos papéis policiais”. Em Ferreira, Leticia e Lowenkron, Laura (org.). Etnografia de documentos: pesquisas antropológicas entre papéis, carimbos e burocracias. Rio de Janeiro: E-papers. pp. 17-52.

Lugones, María Gabriela (2012). Obrando en autos, obrando en vidas: formas y fórmulas de protección judicial en los tribunales prevencionales de menores de Córdoba, Argentina, a comienzos del siglo XXI. Rio de Janeiro: E-papers/Laced.

Mathur, Nayanika. (2016) Paper Tiger: law, bureaucracy and the developmental state in Himalayan India. Cambridge: Cambridge University Press.

Medeiros, Flavia. (2016) Matar o morto: uma etnografia do Instituto Médico- Legal do Rio de Janeiro. Niterói: EdUFF.

Medeiros, Flavia. (2018) Linhas de investigação: uma etnografia das técnicas e moralidades numa Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Autografia.

Mendes de Miranda, Ana Paula (2005). "Antropologia, Estado moderno y poder: perspectivas y desafios de un campo em construcción”. Avá: Revista de Antropología, 7, 128-146.

Morawska Vianna, Catarina (2014). “A Trilha de Papéis da Usina Hidrelétrica de Belo Monte: tecnologias de cálculo e a obliteração da perspectiva dos povos impactados”. Revista Anthropológicas Ano 18, 25(2):22-40.

Muzzopappa, Eva y Villalta, Carla (2011). “Los documentos como campo. Reflexiones teóricometodológicas sobre un enfoque etnográfico de archivos y documentos estatales”. Revista Colombiana de Antropología, Vol. 47, N. 1, pp. 13-42.

Nadai, Larissa (2018). Entre pedaços, corpos, técnicas e vestígios: o Instituto Médico Legal e suas tramas. (Tese de Doutorado em Ciências Sociais). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas.

Nadai, Larissa e Veiga, Cilmara (2020). Fazer falar pedaços de carne: comparações entre laudos periciais em casos seriais produzidos pelo IML de Campinas e de Juiz de Fora. Em Ferreira, Leticia e Lowenkron, Laura (org.). Etnografia de documentos: pesquisas antropológicas entre papéis, carimbos e burocracias. Rio de Janeiro: E-papers. pp. 179-216.

Navaro-Yashin, Yael (2007). Make-believe papers: affective interaction between documents and people in Britain and Cyprus. Anthropological Theory 7(1), pp.79-98.

Onto, Gustavo (2019) “Competition on paper: artifacts of visualization in antitrust policy”. ECONOMIC SOCIOLOGY, v. 20, p. 24-30, 2019.

Onto, Gustavo (2020). Documentando relações e relacionando documentos: sobre a materialidade das práticas de conhecimento na regulação econômica. Em Ferreira, Leticia e Lowenkron, Laura (org.). Etnografia de documentos: pesquisas antropológicas entre papéis, carimbos e burocracias. Rio de Janeiro: E-papers. pp. 53-76.

Peirano, Mariza (1986). “Sem lenço, sem documento”. Sociedade e Estado: revista semestral do Departamento de Sociologia da UnB, v.1, p.49-63.

Peirano, Mariza (2006). De que serve um documento? Em Palmeira, Moacir e Barreira, César (org). Política no Brasil: visões de antropólogos. Rio de Janeiro: Relume Dumará.

Ribeiro Corossacz, Valeria (2009). O corpo da nação: classificação racial e gestão social da reprodução em hospitais da rede pública do Rio de Janeiro. Coleção Etnologia, v. 6. Rio de Janeiro: Editora UFRJ.

Riles, Annelise. (2006) Documents: Artifacts of Modern Knowledge. Ann Arbor: The University of Michigan Press.

Schritzmeyer, Ana Lúcia Pastore (2015) “Fios da vida: crianças abrigadas, hoje adultas, diante de seus prontuários”. Vivência: revista de antropologia, v.1, n.46, p.93-112.

Sharma, Aradhana e Gupta, Akhil (eds) (2006). The Anthropology of the State: a reader. Malden: Blackwell Publishing.

Souza Lima, Antonio Carlos de. (2002) Gestar e gerir: estudos para uma antropologia da administração pública no Brasil. Rio de Janeiro: Relume Dumará/ NuAP/UFRJ.

Stoler, Ann Laura (2007). Affective States. Em: Nugent, David; Vicent, Joan (eds). A Companion to Anthropology of Politics. Hoboken: Wiley Blackwell.

Strong, Adrienne (2020). Documenting Death: maternal mortality and the ethics of care in Tanzania. Oakland: University of California Press.

Trouillot, Michel-Rolph (2001). “The Anthropology of the State in the Age of Globalization”. Current Anthropology, 42/1: 125-138.

Vianna, Adriana (1999). O mal que se advinha: polícia e menoridade no Rio de Janeiro, 1910-1920. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional.

Vianna, Adriana (2002). Limites da menoridade: tutela, família e autoridade em julgamento. (Tese de Doutorado em Antropologia Social). Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Vianna, Adriana (2014). “Etnografando documentos: uma antropóloga em meio a processos judiciais”. Em Castilho, Sergio; Souza Lima, Antonio Carlos e Teixeira, Carla (org.). Antropologia das práticas de poder: reflexões etnográficas entre burocratas, elites e corporações. Rio de Janeiro: Contra Capa, FAPERJ. pp. 43-70.

Villalta, Carla. (2006). Entregas y secuestros. La apropiación de “menores” por parte del Estado. Tesis de doctorado en Ciencias Antropológicas, Facultad de Filosofía y Letras, Universidad de Buenos Aires, Buenos Aires.

Villalta, Carla (2010). “Administrando soluciones posibles: medidas judiciales de protección de la niñez”. Avá: Revista de Antropología, n.18: 111-131

Weber, Max (1963). Burocracia. Em Ensaios de Sociologia. Rio de Janeiro: Zahar Editores, pp 229-282.

Descargas

Publicado

2022-09-28

Cómo citar

Ferreira, L. . (2022). Encontros etnográficos com documentos burocráticos: Estratégias analíticas da pesquisa antropológica com papéis oficiais. Etnografías Contemporáneas, 8(15). Recuperado a partir de https://revistasacademicas.unsam.edu.ar/index.php/etnocontemp/article/view/1220

Número

Sección

Dossier: La antropología y los documentos. Reflexiones y propuestas metodológica