Linguagem e as representações da mulher militar
Palavras-chave:
discurso, instituição militar, mulher militar, Exército Brasileiro, gêneroResumo
O discurso ocupa um lugar relevante dentro das práticas sociais, as quais estão eivadas de crenças e ideologias. É uma forma de ação, identificação e representação. Em um ambiente androcêntrico por excelência, como a instituição militar, instiga-nos investigar quais são as representações sobre as mulheres militares. Importa destacar que os postos militares (conhecidos como “patentes”) não apresentam marcação genérica para o feminino, assim, a mulher militar é denominada sargento, primeiro-tenente, capitão, major etc. Vale ressaltar que a linguagem, vista sob o prisma da Análise de Discurso Crítica (ADC), não é somente ferramenta que reproduz as relações de poder assimétricas, mas, sobretudo, um recurso (ou uma arma) que pode questionar, deslegitimar tais relações ou até empoderar grupos sociais alijados. Nessa perspectiva, esse trabalho tem por objetivo analisar, em documentos do Exército Brasileiro que se referem à presença feminina nesse ambiente, quais são as representações das mulheres militares à luz da ADC e áreas do conhecimento com as quais dialoga. Para a análise situada de textos, utilizamos categorias analíticas da ADC e mais sutilmente da Linguística Sistêmico-Funcional (LSF). Os resultados apontam para discursos legitimadores do poder masculino.
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